Manutenção corretiva: o que é, importância e como aplicar
Profissional com capacete amarelo e tablet realiza manutenção corretiva em acoplamento em área industrial.

Manutenção corretiva: o que é, importância e como aplicar

04/10/2021
Dicas

A manutenção corretiva é um dos pilares da gestão de ativos industriais, de acordo com o consenso dos profissionais da área. Em resumo, ela consiste em reparar ou substituir componentes após a ocorrência de uma falha, com o objetivo de restabelecer as condições ideais de operação. Esse tipo de manutenção pode ser planejado ou emergencial, ao passo que sua aplicação correta impacta diretamente na produtividade e segurança da planta industrial.

Em seguida, vamos abordar o que é manutenção corretiva, além de apresentar suas vantagens e desvantagens. Por fim, vamos mostrar as principais falhas de máquina que uma estratégia adequada pode evitar. Boa leitura!

 

O QUE É MANUTENÇÃO CORRETIVA?

Sempre que a manutenção corretiva for necessária, ela terá como foco restaurar o funcionamento ideal de um equipamento após falhas. Em outras palavras: eventualmente haverá uma quebra, pane ou queda de desempenho. A equipe aciona esse tipo de manutenção quando necessário.

A equipe executa a manutenção corretiva ao reparar ou substituir componentes após falhas nos equipamentos. É uma abordagem não planejada, geralmente reativa, que visa restaurar o funcionamento normal da máquina no menor tempo possível.

Assim, alguns exemplos de manutenção corretiva são:

Diferentemente da manutenção preventiva ou prescritiva, que são programadas com base em tempo ou condição, a corretiva acontece somente após o dano estar consumado. Embora necessária em várias situações, sua adoção como estratégia principal pode levar a riscos operacionais significativos.

Para entender mais sobre abordagens de manutenção, confira este conteúdo completo sobre tipos de manutenção.

Técnico de manutenção industrial realiza procedimento em acoplamento de engrenagem durante rotina de manutenção em indústria de açúcar, ilustrando um dos tipos de manutenção aplicados no setor.

 

VANTAGENS E DESVANTAGENS NA MANUTENÇÃO CORRETIVA

A decisão entre adotar a manutenção corretiva ou investir em outras estratégias, como a preventiva ou preditiva, exige uma análise criteriosa dos impactos operacionais e financeiros. Mesmo que alguns contextos exijam manutenção corretiva — especialmente em equipamentos de baixa criticidade ou com falhas imprevisíveis —, os profissionais devem usá-la com equilíbrio para evitar prejuízos maiores.

Conhecer suas vantagens e desvantagens é fundamental para estabelecer uma gestão de ativos eficiente, manter a disponibilidade operacional e controlar custos ao longo do ciclo de vida dos equipamentos.

  • menor custo imediato;
  • aplicação em equipamentos de baixa criticidade;
  • possibilidade de coleta de dados operacionais para planejamento de manutenção preditiva.

Todavia, a dependência excessiva da manutenção corretiva pode transformar-se em uma armadilha para a gestão industrial. Entre as principais desvantagens estão:

  • Altos custos de intervenções emergenciais, como deslocamento imediato de técnicos, uso de peças de reposição não programadas e operação em regime de urgência.
  • Perda de produção devido a paradas inesperadas e falhas que não puderam ser antecipadas.
  • Danos em cadeia, quando uma falha em um componente afeta outros sistemas mecânicos interligados.
  • Desgaste acelerado de componentes, como eixos, rolamentos e, especialmente, acoplamentos.

Os acoplamentos, por exemplo, sofrem impactos diretos com desalinhamentos, sobrecargas e vibrações não monitoradas. Em muitos casos, a falta de planejamento pode reduzir drasticamente a vida útil dessas peças, gerando custos de reposição frequentes.

Outro ponto crítico é a perda de controle sobre os indicadores de manutenção, como MTBF (tempo médio entre falhas) e MTTR (tempo médio para reparo). Quando a manutenção corretiva predomina, esses indicadores são negativamente afetados, prejudicando a capacidade de previsão e planejamento da equipe.

 

Mecânico realiza manutenção corretiva em colheitadeira agrícola, ajustando correias e correntes de transmissão com a máquina parada.

 

QUAIS OS TIPOS DE MANUTENÇÃO CORRETIVA?

A manutenção corretiva se divide em:

  • Manutenção corretiva não planejada: ocorre sem aviso, geralmente após falha grave.
  • Manutenção corretiva planejada: realizada com base em um diagnóstico de queda de performance e com menor impacto na produção.

 

QUANDO FAZER A MANUTENÇÃO CORRETIVA?

A manutenção corretiva planejada é uma boa escolha apenas quando a equipe define o momento certo para executá-la. Nesse caso, ela resolve falhas em equipamentos com níveis específicos de criticidade.

Use essa abordagem em:

  • Equipamentos de baixo impacto na produção, cuja falha não compromete o processo principal.
  • Sistemas com componentes redundantes, que permitem a continuidade da operação.
  • Situações onde o custo de prevenir é maior que o de corrigir, como em elementos de desgaste natural e baixo custo.

Para tomar a decisão certa, é essencial realizar uma análise crítica baseada no histórico de falhas, custos e impactos operacionais. Esse tipo de avaliação orienta a seleção do melhor tipo de manutenção em cada caso e será aprofundado em nosso conteúdo sobre tipos de manutenção.

 

COMO EVITAR A MANUTENÇÃO CORRETIVA?

Reduzir a ocorrência de falhas inesperadas depende diretamente de boas práticas de engenharia. Entre elas, destacam-se o projeto de manutenção estruturado e a escolha técnica dos componentes.

No caso dos acoplamentos, a seleção correta é decisiva. Fatores como capacidade de torque, desalinhamento permitido, tipo de carga, temperatura de operação e ambiente devem ser avaliados com critérios. Um acoplamento mal dimensionado pode gerar:

  • Desgaste prematuro por desalinhamento excessivo;
  • Sobrecargas mecânicas em eixos e rolamentos;
  • Falhas por falta de lubrificação, em modelos que exigem esse cuidado;
  • Rupturas em situações de partida frequente ou torque oscilante.

Esses danos aumentam a ocorrência de manutenção corretiva. Por isso, escolher componentes de qualidade e aplicar conceitos de manutenção autônoma, como inspeções visuais e monitoramento contínuo, é essencial para aumentar a confiabilidade da operação.

 

DIFERENÇA ENTRE MANUTENÇÃO CORRETIVA, PREVENTIVA E PREDITIVA

Compreender as diferenças entre os principais tipos de manutenção é fundamental para construir uma estratégia eficiente. Veja a comparação abaixo:

Tipo de manutenção Momento de execução Base da decisão Vantagens Riscos Exemplo industrial
Corretiva Após a falha Reação à quebra Imediata, pode ser pontual Alto custo, falhas em cadeia Troca de acoplamento após quebra em redutor
Preventiva Em intervalos definidos Tempo ou uso Reduz falhas inesperadas Manutenção desnecessária Inspeção programada de acoplamentos
Preditiva Antes da falha Monitoramento de condição Otimiza tempo e custo Exige tecnologia e capacitação Análise de vibração em eixos e acoplamentos

 

Na prática, o mais recomendado é integrar essas abordagens, de modo a combinar segurança, previsibilidade e custo-benefício.

 

Técnico com colete de segurança faz inspeção e anotações durante manutenção corretiva em sistema de tubulações industriais.

 

BOAS PRÁTICAS PARA EQUILIBRAR DIFERENTES TIPOS DE MANUTENÇÃO NA INDÚSTRIA

Criar uma estratégia de manutenção eficiente envolve o uso equilibrado dos diferentes tipos de manutenção existentes: corretiva, preventiva, preditiva, autônoma e prescritiva. O ponto-chave é saber como e quando aplicar cada uma, de acordo com o contexto da operação, a criticidade dos ativos e o grau de maturidade da equipe técnica.

Uma boa prática é mapear todos os equipamentos da planta e classificá-los conforme o impacto operacional em caso de falha. Com essas informações, a equipe define quais máquinas exigem rotinas preditivas mais rigorosas e quais operam com planos preventivos ou corretivos controlados.

A manutenção produtiva total (TPM) é um exemplo de abordagem integrada, em que operadores e técnicos compartilham a responsabilidade pelos ativos. Nessa abordagem, a empresa aplica a manutenção corretiva de forma criteriosa, junto a monitoramento e indicadores confiáveis.

Além disso, o uso consistente de indicadores de manutenção, como MTBF, MTTR, índice de disponibilidade e custo por ativo, permite avaliar a efetividade da estratégia e fazer ajustes com base em dados reais.

A empresa deve planejar a migração para modelos mais avançados, como a manutenção prescritiva, investindo em sensoriamento, software de gestão (como CMMS ou EAM) e capacitação da equipe técnica.

Dessa forma, é possível construir um modelo híbrido, onde cada tipo de manutenção tem seu papel estratégico dentro do ciclo de vida dos ativos industriais.

 

PRINCIPAIS MOTIVOS DE FALHAS EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

A seguir, vamos falar sobre as principais causas que levam a falhas nos equipamentos. Afinal, evitar que as máquinas quebrem é sempre a solução mais recomendada – e mais barata!

  1. Tempo de uso dos componentes: desgaste natural por operação contínua.
  2. Lubrificação insuficiente: causa comum em falhas de acoplamentos, reduzindo sua vida útil.
  3. Mau uso: operadores não treinados podem acelerar o desgaste.

 

APLICAÇÕES DA MANUTENÇÃO CORRETIVA EM ACOPLAMENTOS

Acoplamentos são componentes críticos em sistemas de transmissão de torque. Quando falham, podem interromper completamente a produção.

Casos comuns:

  • desalinhamento de eixos;
  • fadiga em acoplamentos elásticos;
  • falha por vibração mecânica excessiva.

 

MANUTENÇÃO CORRETIVA: UMA ALIADA DA PERFORMANCE INDUSTRIAL

A manutenção corretiva é uma parte inevitável do ciclo de vida dos ativos industriais, mas sua adoção como estratégia principal compromete a confiabilidade da operação e aumenta os custos de forma significativa. Por isso, investir em boas práticas, planejamento e escolhas técnicas, como a correta seleção de acoplamentos, é fundamental para reduzir a ocorrência de falhas e ampliar a eficiência dos ativos.

A Antares está ao lado de profissionais que buscam decisões mais seguras, duradouras e orientadas por dados. Continue explorando nossos conteúdos e ferramentas para aprimorar sua gestão.

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Sobre o autor:
Lourenço Daudt
Trabalha na engenharia de aplicação há anos visitando fábricas e acompanhando de perto as dificuldades dos operadores no dia a dia. Engenheiro Mecânico (UFRGS), Gerente de Produtos da Antares Acoplamentos e Mestrando em Engenharia Mecânica (UFRGS).