Manutenção corretiva: o que é, importância e como aplicar
A manutenção corretiva é um dos pilares da gestão de ativos industriais, de acordo com o consenso dos profissionais da área. Em resumo, ela consiste em reparar ou substituir componentes após a ocorrência de uma falha, com o objetivo de restabelecer as condições ideais de operação. Esse tipo de manutenção pode ser planejado ou emergencial, ao passo que sua aplicação correta impacta diretamente na produtividade e segurança da planta industrial.
Em seguida, vamos abordar o que é manutenção corretiva, além de apresentar suas vantagens e desvantagens. Por fim, vamos mostrar as principais falhas de máquina que uma estratégia adequada pode evitar. Boa leitura!
O QUE É MANUTENÇÃO CORRETIVA?
Sempre que a manutenção corretiva for necessária, ela terá como foco restaurar o funcionamento ideal de um equipamento após falhas. Em outras palavras: eventualmente haverá uma quebra, pane ou queda de desempenho. A equipe aciona esse tipo de manutenção quando necessário.
A equipe executa a manutenção corretiva ao reparar ou substituir componentes após falhas nos equipamentos. É uma abordagem não planejada, geralmente reativa, que visa restaurar o funcionamento normal da máquina no menor tempo possível.
Assim, alguns exemplos de manutenção corretiva são:
- reparo de emergência;
- falhas de serviço;
- correção de má lubrificação ou desalinhamento em acoplamentos;
- substituição de componentes danificados.
Diferentemente da manutenção preventiva ou prescritiva, que são programadas com base em tempo ou condição, a corretiva acontece somente após o dano estar consumado. Embora necessária em várias situações, sua adoção como estratégia principal pode levar a riscos operacionais significativos.
Para entender mais sobre abordagens de manutenção, confira este conteúdo completo sobre tipos de manutenção.
VANTAGENS E DESVANTAGENS NA MANUTENÇÃO CORRETIVA
A decisão entre adotar a manutenção corretiva ou investir em outras estratégias, como a preventiva ou preditiva, exige uma análise criteriosa dos impactos operacionais e financeiros. Mesmo que alguns contextos exijam manutenção corretiva — especialmente em equipamentos de baixa criticidade ou com falhas imprevisíveis —, os profissionais devem usá-la com equilíbrio para evitar prejuízos maiores.
Conhecer suas vantagens e desvantagens é fundamental para estabelecer uma gestão de ativos eficiente, manter a disponibilidade operacional e controlar custos ao longo do ciclo de vida dos equipamentos.
- menor custo imediato;
- aplicação em equipamentos de baixa criticidade;
- possibilidade de coleta de dados operacionais para planejamento de manutenção preditiva.
Todavia, a dependência excessiva da manutenção corretiva pode transformar-se em uma armadilha para a gestão industrial. Entre as principais desvantagens estão:
- Altos custos de intervenções emergenciais, como deslocamento imediato de técnicos, uso de peças de reposição não programadas e operação em regime de urgência.
- Perda de produção devido a paradas inesperadas e falhas que não puderam ser antecipadas.
- Danos em cadeia, quando uma falha em um componente afeta outros sistemas mecânicos interligados.
- Desgaste acelerado de componentes, como eixos, rolamentos e, especialmente, acoplamentos.
Os acoplamentos, por exemplo, sofrem impactos diretos com desalinhamentos, sobrecargas e vibrações não monitoradas. Em muitos casos, a falta de planejamento pode reduzir drasticamente a vida útil dessas peças, gerando custos de reposição frequentes.
Outro ponto crítico é a perda de controle sobre os indicadores de manutenção, como MTBF (tempo médio entre falhas) e MTTR (tempo médio para reparo). Quando a manutenção corretiva predomina, esses indicadores são negativamente afetados, prejudicando a capacidade de previsão e planejamento da equipe.

QUAIS OS TIPOS DE MANUTENÇÃO CORRETIVA?
A manutenção corretiva se divide em:
- Manutenção corretiva não planejada: ocorre sem aviso, geralmente após falha grave.
- Manutenção corretiva planejada: realizada com base em um diagnóstico de queda de performance e com menor impacto na produção.
QUANDO FAZER A MANUTENÇÃO CORRETIVA?
A manutenção corretiva planejada é uma boa escolha apenas quando a equipe define o momento certo para executá-la. Nesse caso, ela resolve falhas em equipamentos com níveis específicos de criticidade.
Use essa abordagem em:
- Equipamentos de baixo impacto na produção, cuja falha não compromete o processo principal.
- Sistemas com componentes redundantes, que permitem a continuidade da operação.
- Situações onde o custo de prevenir é maior que o de corrigir, como em elementos de desgaste natural e baixo custo.
Para tomar a decisão certa, é essencial realizar uma análise crítica baseada no histórico de falhas, custos e impactos operacionais. Esse tipo de avaliação orienta a seleção do melhor tipo de manutenção em cada caso e será aprofundado em nosso conteúdo sobre tipos de manutenção.
COMO EVITAR A MANUTENÇÃO CORRETIVA?
Reduzir a ocorrência de falhas inesperadas depende diretamente de boas práticas de engenharia. Entre elas, destacam-se o projeto de manutenção estruturado e a escolha técnica dos componentes.
No caso dos acoplamentos, a seleção correta é decisiva. Fatores como capacidade de torque, desalinhamento permitido, tipo de carga, temperatura de operação e ambiente devem ser avaliados com critérios. Um acoplamento mal dimensionado pode gerar:
- Desgaste prematuro por desalinhamento excessivo;
- Sobrecargas mecânicas em eixos e rolamentos;
- Falhas por falta de lubrificação, em modelos que exigem esse cuidado;
- Rupturas em situações de partida frequente ou torque oscilante.
Esses danos aumentam a ocorrência de manutenção corretiva. Por isso, escolher componentes de qualidade e aplicar conceitos de manutenção autônoma, como inspeções visuais e monitoramento contínuo, é essencial para aumentar a confiabilidade da operação.
DIFERENÇA ENTRE MANUTENÇÃO CORRETIVA, PREVENTIVA E PREDITIVA
Compreender as diferenças entre os principais tipos de manutenção é fundamental para construir uma estratégia eficiente. Veja a comparação abaixo:
| Tipo de manutenção | Momento de execução | Base da decisão | Vantagens | Riscos | Exemplo industrial |
| Corretiva | Após a falha | Reação à quebra | Imediata, pode ser pontual | Alto custo, falhas em cadeia | Troca de acoplamento após quebra em redutor |
| Preventiva | Em intervalos definidos | Tempo ou uso | Reduz falhas inesperadas | Manutenção desnecessária | Inspeção programada de acoplamentos |
| Preditiva | Antes da falha | Monitoramento de condição | Otimiza tempo e custo | Exige tecnologia e capacitação | Análise de vibração em eixos e acoplamentos |
Na prática, o mais recomendado é integrar essas abordagens, de modo a combinar segurança, previsibilidade e custo-benefício.

BOAS PRÁTICAS PARA EQUILIBRAR DIFERENTES TIPOS DE MANUTENÇÃO NA INDÚSTRIA
Criar uma estratégia de manutenção eficiente envolve o uso equilibrado dos diferentes tipos de manutenção existentes: corretiva, preventiva, preditiva, autônoma e prescritiva. O ponto-chave é saber como e quando aplicar cada uma, de acordo com o contexto da operação, a criticidade dos ativos e o grau de maturidade da equipe técnica.
Uma boa prática é mapear todos os equipamentos da planta e classificá-los conforme o impacto operacional em caso de falha. Com essas informações, a equipe define quais máquinas exigem rotinas preditivas mais rigorosas e quais operam com planos preventivos ou corretivos controlados.
A manutenção produtiva total (TPM) é um exemplo de abordagem integrada, em que operadores e técnicos compartilham a responsabilidade pelos ativos. Nessa abordagem, a empresa aplica a manutenção corretiva de forma criteriosa, junto a monitoramento e indicadores confiáveis.
Além disso, o uso consistente de indicadores de manutenção, como MTBF, MTTR, índice de disponibilidade e custo por ativo, permite avaliar a efetividade da estratégia e fazer ajustes com base em dados reais.
A empresa deve planejar a migração para modelos mais avançados, como a manutenção prescritiva, investindo em sensoriamento, software de gestão (como CMMS ou EAM) e capacitação da equipe técnica.
Dessa forma, é possível construir um modelo híbrido, onde cada tipo de manutenção tem seu papel estratégico dentro do ciclo de vida dos ativos industriais.
PRINCIPAIS MOTIVOS DE FALHAS EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
A seguir, vamos falar sobre as principais causas que levam a falhas nos equipamentos. Afinal, evitar que as máquinas quebrem é sempre a solução mais recomendada – e mais barata!
- Tempo de uso dos componentes: desgaste natural por operação contínua.
- Lubrificação insuficiente: causa comum em falhas de acoplamentos, reduzindo sua vida útil.
- Mau uso: operadores não treinados podem acelerar o desgaste.
APLICAÇÕES DA MANUTENÇÃO CORRETIVA EM ACOPLAMENTOS
Acoplamentos são componentes críticos em sistemas de transmissão de torque. Quando falham, podem interromper completamente a produção.
Casos comuns:
- desalinhamento de eixos;
- fadiga em acoplamentos elásticos;
- falha por vibração mecânica excessiva.
MANUTENÇÃO CORRETIVA: UMA ALIADA DA PERFORMANCE INDUSTRIAL
A manutenção corretiva é uma parte inevitável do ciclo de vida dos ativos industriais, mas sua adoção como estratégia principal compromete a confiabilidade da operação e aumenta os custos de forma significativa. Por isso, investir em boas práticas, planejamento e escolhas técnicas, como a correta seleção de acoplamentos, é fundamental para reduzir a ocorrência de falhas e ampliar a eficiência dos ativos.
A Antares está ao lado de profissionais que buscam decisões mais seguras, duradouras e orientadas por dados. Continue explorando nossos conteúdos e ferramentas para aprimorar sua gestão.
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Lourenço Daudt Trabalha na engenharia de aplicação há anos visitando fábricas e acompanhando de perto as dificuldades dos operadores no dia a dia. Engenheiro Mecânico (UFRGS), Gerente de Produtos da Antares Acoplamentos e Mestrando em Engenharia Mecânica (UFRGS).

