Guia completo sobre MTTR: cálculo, exemplos e aplicação
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Guia completo sobre MTTR: cálculo, exemplos e aplicação

07/03/2022
Dicas

Conteúdo atualizado em 04/12/2025.

Quando se trata de desempenho, é claro que o objetivo é sempre a melhor performance possível. 

Para garantir isso, é fundamental que o gestor realize corretamente a análise de dados dos equipamentos industriais.

Assim, pode-se certificar da durabilidade das máquinas e da situação real da empresa. 

Mas, como identificar o momento ideal para fazer as manutenções necessárias e aumentar a vida útil dos equipamentos? É aqui que entra o MTTR. 

Você já ouviu falar desse indicador de desempenho? Continue acompanhando o artigo a seguir e descubra seu funcionamento e sua importância!

O que é MTTR?

Em uma tradução livre do inglês, a sigla significa Tempo Médio para Reparo (Mean Time to Repair). 

Como o próprio nome indica, ele visa calcular o tempo ideal para fazer os reparos necessários em determinado equipamento. 

Na prática, esse indicador representa o tempo médio que a empresa leva para fazer a manutenção em máquinas passíveis de reparos, danos e interrupções em seu funcionamento. 

Mas, para que você entenda melhor o que é o MTTR, vale destacar que ele se trata de um indicador da categoria “menor, melhor”. Isso significa que, quanto menor for o número de seu resultado, melhor será para o negócio como um todo. 

Outras variações do MTTR e suas aplicações práticas

Embora o MTTR mais conhecido represente o Mean Time to Repair (Tempo Médio para Reparo), o termo também pode ser usado para outras variações, dependendo do contexto de manutenção, TI ou engenharia industrial. As mais comuns são:

  • Mean Time to Respond (MTTR – Tempo Médio de Resposta): mede o intervalo entre a detecção de uma falha e o início da ação corretiva. Essa variação é útil para avaliar a agilidade da equipe de manutenção ao reagir a problemas inesperados.
  • Mean Time to Recovery (MTTR – Tempo Médio para Recuperação): considera todo o ciclo, desde a falha até o pleno restabelecimento da operação. É especialmente relevante em sistemas críticos, onde o retorno completo à performance é o principal objetivo.

Essas variações não substituem o MTTR tradicional, mas complementam a análise ao permitir uma visão mais detalhada da eficiência operacional e dos gargalos no processo de resposta a falhas. Entender qual MTTR aplicar em cada situação ajuda a definir metas mais realistas e ações mais eficazes de melhoria contínua.

Qual é a importância de mensurar o MTTR?

Assim como qualquer outra métrica, o MTTR pode trazer grandes benefícios para a empresa quando aplicada de forma correta. Nesse sentido, destacamos alguns deles para você:

  • Direcionamento de recursos: esse indicador mostra exatamente qual setor da empresa requer alterações. Então, mesmo que ele não apresente um resultado satisfatório, você saberá o que deve ser feito para melhorar as operações.
  • Identificação de falha: a partir do relatório do indicador, você consegue identificar o que gerou a necessidade de manutenção, o tipo de falha, seu impacto no desempenho da máquina e o tempo exigido para o reparo. 
  • Elaboração de soluções: ao descobrir o que causou a interrupção do equipamento, saberá quanto tempo o conserto levará, bem como o que fazer para implementar soluções definitivas, e não somente corretivas.
  • Senso de urgência: por ser tão exato, o MTTR gera um senso de urgência na equipe, que é fundamental para que os reparos sejam feitos com agilidade e eficiência. Caso contrário, a empresa poderá enfrentar mais problemas futuramente.
  • Uso de novos indicadores: com base nos resultados obtidos, você consegue mensurar outros pontos, como a mantenabilidade da máquina. Ele indica a probabilidade do mesmo problema voltar a aparecer. 
  • Justificativa de investimentos: o MTTR fornece dados concretos que ajudam a justificar recursos para manutenções preventivas, treinamentos ou substituição de equipamentos, com base na eficiência dos reparos e no impacto da indisponibilidade.

O MTTR vai além de um simples número, ele oferece embasamento técnico para decisões estratégicas que impactam diretamente na produtividade, no custo operacional e na confiabilidade dos ativos industriais. Monitorá-lo continuamente permite atuar com mais previsibilidade, eficiência e responsabilidade na gestão da manutenção.

MTTR, MTBF e MTTF: entenda as diferenças e quando usar cada indicador

mttr diferenças entre mtbf

Imagem: técnico realizando reparo mecânico em equipamento industrial, ilustrando aplicação prática do indicador MTTR

Da mesma forma que o MTTR, o MTBF (Tempo Médio Entre Falhas) tem o intuito de detectar a frequência com que falhas aleatórias atingem o equipamento. Para isso, ele ignora eventuais problemas gerados por tempo de uso do equipamento e considera possíveis erros de fabricação, falhas de software e outros. Assim, demonstra o tempo médio em que o aparelho funcionou sem interrupções até uma falha ocorrer.

Já o MTTF (Mean Time to Failure), por sua vez, é utilizado para medir o tempo médio até a falha de equipamentos que não são passíveis de reparo, como sensores, fusíveis ou componentes descartáveis. Diferente do MTBF, ele não considera reparos, pois assume que o item falhou de forma definitiva.

Portanto, enquanto o MTTR indica o tempo médio de reparo de um equipamento, o MTBF mede o intervalo entre falhas em ativos reparáveis, e o MTTF se aplica a itens não reparáveis, indicando quanto tempo eles funcionam antes de falhar.

A tabela abaixo evidencia melhor as diferenças entre os indicadores:

Indicador Significado O que mede Quanto maior/melhor? Aplicação típica
MTTR Mean Time to Repair (Tempo Médio para Reparo) Tempo médio necessário para consertar um equipamento após falha Quanto menor, melhor Avaliar eficiência da manutenção corretiva
MTBF Mean Time Between Failures (Tempo Médio Entre Falhas) Tempo médio entre falhas consecutivas Quanto maior, melhor Medir confiabilidade do equipamento
MTTF Mean Time to Failure (Tempo Médio até a Falha) Tempo médio até a primeira falha (não reparável) Quanto maior, melhor Equipamentos não reparáveis (ex: lâmpadas, fusíveis)

Além dessa distinção, vale destacar que MTTR e MTBF se complementam na análise de disponibilidade operacional do equipamento. De forma simplificada, a disponibilidade pode ser calculada pela fórmula:

Disponibilidade = MTBF / (MTBF + MTTR)

Essa relação mostra que, quanto maior o tempo médio entre falhas e menor o tempo médio de reparo, maior será a capacidade do equipamento de permanecer disponível para operação. Por isso, acompanhar ambos os indicadores em conjunto é fundamental para decisões estratégicas de manutenção e confiabilidade.

Como calcular o MTTR?

As etapas do MTTR envolvem um cálculo que se dá pela divisão da soma dos reparos, pelo número de manutenções corretivas feitas: MTTR = somatório do tempo de reparo / número de intervenções realizadas.

Como citamos anteriormente, o resultado desse cálculo deve ser o menor possível. Entretanto, existem algumas ressalvas:

  • não existe número ideal; 
  • só é aplicável a equipamentos reparáveis;
  • colocar um número baixo como meta nem sempre é benéfico para a empresa.

Cada negócio terá seu “número perfeito”, adaptado para seu desempenho e segmento de mercado. Além disso, não faz sentido tentar aplicar o MTTR para itens como lâmpadas, pois, caso elas deixem de funcionar, a única solução é a substituição. 

Outro ponto importante é que, não adianta traçar metas de números baixos, pois os colaboradores podem não conseguir aplicar as soluções de forma eficiente e com a rapidez necessária para atingir o objetivo. 

Consequentemente, o problema não será tratado devidamente, gerando a necessidade de novos reparos corretivos. 

Exemplo de cálculo do MTTR

Acompanhe o seguinte cenário: um gestor de uma determinada corporação resolveu monitorar os erros de um equipamento específico. No período de 30 dias, ele identificou 3 falhas. 

Assim, para traçar as devidas soluções, ele buscou saber o tempo médio de conserto dessa máquina. Ao estudar as ordens de serviço, ele chegou nos seguintes números:

  • 1ª falha: 2 horas;
  • 2ª falha: 1 hora;
  • 3ª falha: 4 horas.

A partir desses dados, o gestor conseguiu tirar a média: MTTR = 2+1+4/3 = 3 horas.  

Sendo assim, ficou claro que o MTTR do equipamento analisado leva 3 horas no reparo. 

Como melhorar o indicador MTTR?

mttr como melhorar

Você já se perguntou “o que podemos fazer para reduzir o MTTR”? Grande parte do tempo desse indicador é usado no diagnóstico do problema. 

Mas, com as atividades de manutenção bem documentadas, o banco de dados ajudará a reduzir esse número. Algumas outras medidas para isso são:

  • estabelecer um CCM (Conselho Consultivo de Mudanças): grupo de pessoas responsáveis pelo monitoramento das atividades de TI e segurança, a fim de analisar o cenário da empresa antes de qualquer modificação nos processos;
  • manter o controle: com a aprovação das alterações pelo CCM, é necessário acompanhar cada etapa para garantir que tudo está correndo como planejado. Então, é essencial controlar horários, processos, rotas, ordens etc;
  • monitorar os dados: acompanhar a evolução de todos os indicadores, não só o MTTR. Isso permitirá identificar alterações nos resultados, melhorando a tomada de decisão, impactando positivamente no planejamento de manutenção. 

Ao aplicar essas medidas de forma consistente, o MTTR deixa de ser apenas um indicador de desempenho e se torna uma ferramenta estratégica para elevar a eficiência da manutenção. Reduzir o tempo médio de reparo significa diminuir paradas não planejadas, aumentar a disponibilidade dos ativos e melhorar a previsibilidade operacional, resultados essenciais para qualquer indústria que busca confiabilidade e produtividade no longo prazo.

Como o MTTR se aplica aos acoplamentos industriais?

O MTTR é um indicador fundamental para a gestão da manutenção de acoplamentos industriais, pois permite mensurar com precisão o impacto de falhas mecânicas na disponibilidade de equipamentos críticos da planta.

Em aplicações industriais, os acoplamentos podem apresentar falhas por desalinhamento, fadiga de material, sobrecarga, ou instalação incorreta. Quando isso ocorre, o tempo necessário para identificar o problema, realizar o diagnóstico, efetuar a troca e restabelecer a operação define diretamente o MTTR do componente.

Por exemplo, em um sistema de transmissão com acoplamento flexível, o tempo médio estimado para substituição de um modelo de fácil acesso e instalação pode variar entre 1h30 a 3h, considerando o desligamento da máquina, remoção do acoplamento danificado, inspeção, instalação do novo componente e testes de alinhamento. Em casos com acesso limitado, esse tempo pode ser maior.

Reduzir o MTTR em acoplamentos passa por medidas como:

  • manter peças de reposição compatíveis em estoque;
  • padronizar modelos e ferramentas de instalação;
  • treinar a equipe técnica para substituições rápidas e seguras;
  • adotar acoplamentos com montagem simplificada, sem necessidade de retrabalho no eixo.

Na prática, acompanhar o MTTR desses componentes ajuda não apenas a planejar melhor a manutenção, mas também a escolher soluções que combinem desempenho, facilidade de aplicação e suporte técnico, pilares fundamentais dos produtos desenvolvidos pela Antares.

Como a Antares pode te ajudar?

A Antares é uma fábrica de acoplamentos bem conceituada no mercado brasileiro, que investe recursos para entregar sempre os melhores produtos e serviços.

Assim, desenvolve-se bastante pesquisa no planejamento de novas soluções. 

Um ótimo indicativo da excelente performance dos equipamentos são as certificações ISO 9001. 

Essa é uma comprovação de que a Antares possui os mais rígidos processos de fabricação e manutenção. 

Conclusão

Portanto, depois de entender como o MTTR funciona e sua importância para seu empreendimento, chegou a hora de implementá-lo. 

Para isso, siga as dicas que trouxemos acima para reconhecer o que precisa ser melhorado e corrigir as falhas com maior eficiência.

Gostou deste conteúdo? Então, confira as soluções completas em acoplamentos da Antares e transforme seus processos industriais!

 

Sobre o autor:
Lourenço Daudt
Trabalha na engenharia de aplicação há anos visitando fábricas e acompanhando de perto as dificuldades dos operadores no dia a dia. Engenheiro Mecânico (UFRGS), Gerente de Produtos da Antares Acoplamentos e Mestrando em Engenharia Mecânica (UFRGS).