Dia Internacional da Mulher na Engenharia: história, inclusão e legado
No dia 23 de junho, celebra-se o Dia Internacional da Mulher na Engenharia, uma data de alcance global dedicada a reconhecer e fortalecer a presença feminina em um setor historicamente masculinizado. Além da comemoração simbólica, esse movimento internacional impulsiona avanços em inovação, eficiência operacional e diversidade de pensamento.
Apesar do crescimento no número de profissionais mulheres, os desafios da representatividade na engenharia e da inclusão feminina na indústria ainda são evidentes — especialmente em áreas técnicas como a manutenção industrial, onde os ambientes continuam predominantemente masculinos.
Neste artigo, você vai conhecer a origem da data, nomes históricos que transformaram o setor, dados sobre a presença atual das engenheiras no mercado e práticas objetivas que promovem ambientes técnicos mais colaborativos e produtivos. Afinal, inclusão também é uma decisão estratégica: impacta diretamente a performance das equipes, a inovação dos processos e a solidez da cultura organizacional.
O QUE É O DIA INTERNACIONAL DA MULHER NA ENGENHARIA?
Criado em 2014 pela Women’s Engineering Society (WES), do Reino Unido, o Dia Internacional da Mulher na Engenharia tem como objetivo ampliar a presença feminina nas áreas técnicas, oferecendo visibilidade global às engenheiras e valorizando suas contribuições.
Mais do que uma homenagem, a data representa um movimento estratégico que busca transformar a engenharia em um campo mais inovador, diverso e orientado a resultados. O apoio de instituições como a UNESCO, o CREA, a Ordem dos Engenheiros e o programa Pessoas 2030 reforça esse compromisso com ambientes técnicos mais equilibrados e produtivos.
Promover a equidade de gênero na engenharia não é apenas uma pauta social — é uma resposta inteligente às demandas da indústria moderna. A diversidade técnica favorece a inovação, melhora a eficiência e fortalece a capacidade de adaptação das equipes.
ENGENHEIRAS QUE TRANSFORMARAM A HISTÓRIA

Emily Roebling, Camila Maciel e Bertha Lutz retratadas como símbolo do Dia Internacional da Mulher na Engenharia, representando diferentes gerações de engenheiras.
Ao longo da história, diversas engenheiras deixaram contribuições técnicas relevantes, ampliando horizontes e demonstrando que a diversidade de perfis fortalece o setor.
Emily Roebling assumiu a condução técnica da Ponte do Brooklyn, nos Estados Unidos, após seu marido adoecer durante o projeto. Sua atuação foi decisiva para a conclusão de uma das maiores obras da engenharia civil do século XIX.
No Brasil, Bertha Lutz destacou-se como cientista e defensora da igualdade de gênero. Além de sua atuação política, ela incentivou a participação feminina em áreas técnicas e acadêmicas, com foco em qualificação e protagonismo profissional.
Já a engenheira eletricista Camila Maciel representa a força das novas gerações. Atuando no setor elétrico, ela compartilha sua trajetória de superação e competência, tornando-se referência para outras mulheres que buscam espaço na engenharia.
Esses exemplos mostram que a presença feminina na engenharia não é apenas legítima — é necessária. Elas contribuem com soluções inovadoras, visão sistêmica e excelência técnica em diferentes especialidades.
A PRESENÇA FEMININA NA ENGENHARIA HOJE
Dados recentes do IBGE e do CREA indicam que apenas cerca de 20% dos profissionais registrados na engenharia no Brasil são mulheres. Apesar do avanço contínuo, essa proporção ainda revela a urgência de fomentar a inclusão feminina na indústria, especialmente em setores operacionais.
Áreas como engenharia química, ambiental e de produção apresentam maior participação feminina. Em contrapartida, ramos como engenharia mecânica, elétrica e a manutenção industrial seguem com predominância masculina, o que reforça os desafios enfrentados pelas engenheiras no dia a dia técnico.
Esse desequilíbrio impacta diretamente a dinâmica das equipes. Ambientes com baixa diversidade tendem a limitar a troca de experiências e a criatividade na resolução de problemas. Em contrapartida, a presença de mulheres em funções técnicas agrega novas competências, contribui com diferentes visões de processo e amplia o potencial de inovação nas rotinas industriais.
Investir em representatividade na engenharia não é apenas uma pauta institucional — é uma forma prática de melhorar a performance técnica e a confiabilidade das operações.
COMO PROMOVER INCLUSÃO SEM IMPOSIÇÕES
Fomentar a engenharia e diversidade não exige discursos ideológicos. Pelo contrário, começa com ações cotidianas que influenciam diretamente a produtividade e o clima técnico-operacional.
Algumas práticas simples podem fazer a diferença:
- escutar com atenção as sugestões de profissionais com diferentes experiências;
- distribuir oportunidades técnicas com base em critérios claros e justos;
- eliminar piadas ou julgamentos que reforcem estereótipos e limitem o potencial das engenheiras.
Ambientes diversos apresentam desempenho técnico superior, com menor incidência de falhas e maior capacidade de inovação. Esses ganhos operacionais são relevantes para quem atua com manutenção, segurança e gestão de equipes industriais.
Na Antares, a busca por soluções eficientes parte da valorização de competências, não de categorias. As melhores ideias são aquelas que resolvem problemas técnicos de forma segura, inteligente e produtiva — independentemente do perfil de quem as propõe.
Portanto, promover inclusão não é uma imposição. É uma decisão de gestão inteligente, alinhada à performance, à colaboração e ao respeito profissional.
REPRESENTATIVIDADE TÉCNICA INSPIRA AS FUTURAS GERAÇÕES
A representatividade na engenharia exerce influência direta na escolha profissional das novas gerações. Quando jovens mulheres veem engenheiras ocupando funções técnicas ou cargos de liderança, sentem-se mais encorajadas a ingressar em áreas historicamente restritas.
Ambientes acolhedores e meritocráticos contribuem para atrair e reter talentos técnicos. Além disso, promovem a inovação e fortalecem o senso de pertencimento entre diferentes perfis profissionais — fatores essenciais para a sustentabilidade dos times industriais.
Iniciativas como o programa Pessoas 2030, por exemplo, reforçam esse movimento ao investir em educação técnica com foco em inclusão e formação de lideranças mais diversas.
Inspirar mulheres a seguirem carreiras na engenharia é, portanto, uma forma eficaz de ampliar o potencial humano e técnico das equipes. Quando há espaço para todos os perfis, o setor ganha em competência, engajamento e capacidade de adaptação.
MULHERES NA ENGENHARIA: MAIS DO QUE UMA QUESTÃO SOCIAL
Finalmente, reconhecer e incentivar a presença feminina na engenharia não é apenas uma pauta social. Em outras palavras, é uma decisão estratégica que impulsiona a eficiência, estimula a inovação e contribui diretamente para a excelência dos processos industriais.
Todas as vezes que ambientes técnicos exploram a diversidade, experimentam maior troca de conhecimento, promovem melhorias operacionais e fortalecem o clima organizacional — com impacto direto na segurança, na produtividade e na capacidade de adaptação das equipes.
Portanto, neste Dia Internacional da Mulher na Engenharia, convidamos os profissionais da indústria a refletirem sobre como tornar suas equipes mais completas, colaborativas e orientadas a resultados. Afinal, inclusão não significa abrir mão de exigência técnica — significa reconhecer que competência não tem gênero.
🔊 Ouça o episódio do podcast Acoplando Ideias com a participação de Suzana Daudt, acompanhada de Lourenço Daud, onde falam sobre as características técnicas, aplicações e vantagens do uso de Acoplamentos com Eixo Flutuante.
Fillipe Rocha Fillipe Rocha é Analista de Marketing com mais de 11 anos de experiência em marketing B2B, inbound e conteúdo. É formado em Design Gráfico, especialista em Indústria 4.0 e já colaborou com Neil Patel, Texaco e outros.